Silvia Moraes
Especialista em Desenvolvimento Humano e Psicoterapia. Sou Psicóloga, Publicitária e Facilitadora de Meditação. O foco do meu trabalho é na ampliação da consciência para mudanças, transformações e melhoria dos relacionamentos.
Quando somos bebês nossos sentidos estão ainda em adaptação ao mundo, então, uma luz, um som, um sabor, um toque novo é percebido com extrema intensidade. Às vezes estranhamento, às vezes contentamento.
A gente cresce e, aos poucos, vamos equalizando os sentidos com interpretações bem detalhadas da mente. Aprendemos com a vida a interpretar, agir e a criar defesas. Nossa mente cria mecanismos de evitação, produzindo pensamentos e a tal racionalização para nos afastar do real sentir.
Passamos por inúmeros momentos intensos e avassaladores, alguns mais desconcertantes que outros, depende da tal resiliência, experiência, modo de vida de cada um... e, muitas vezes, desenvolvemos formas para não fazer contato com o que estamos sentindo naquele momento. Não fazer contato com o que sentimos é uma estratégia legítima do corpo para buscar sobrevivência, uma proteção.
Imagine sua mente pensando: “Eu? Eu vou me permitir sentir isso que me devora por dentro? Jamais!” E assim, pequenas estratégias de desconexão são criadas. Algumas mais elaboradas, mais inconscientes, outras mais didáticas, superficiais, propositais... Um exemplo bem clássico: não sei se sinto fome, mas como, como, como e abafo, talvez, uma carência? Ou, não sei exatamente se é amor, se você seria a pessoa ideal para mim, mas tenho tanto medo de ser rejeitada que me desdobro sendo excessivamente prestativa, presente, companheira que, jamais, você me largaria.
Pois é, como seria se fossemos bem honestos e de forma nua acessarmos a carência e a rejeição sem envolver estratégias para não sentir? Mais uma vez, a mente cria formas de não contato como uma estratégia de sobrevivência! Isso mesmo. Para ela, é quase que uma espécie de morte permitir ver o corpo sentir coisas novas, onde ela – a mente - não vê como sair dali.
Agora, tem outra coisa que também acontece: se eu caio sempre na evitação, e vou colocando camadas e mais camadas de ações, máscaras, projeções – como você quiser chamar – quando eu evito de sentir, eu também não tenho noção do que está acontecendo comigo e, portanto, não transformo.
Sentir é uma forma de dar espaço para o corpo sugerir novos começos, novas soluções.
Mas ao mesmo tempo, se minha mente me afastou desse sentir por tanto tempo, com a intenção de me ajudar a sobreviver, por onde começar?
Ah... é aqui que entramos em contato com uma prática tão simples e tão maravilhosa que muitas vezes nos esquecemos: a gentileza. Seja gentil com você e se dê tempo, para sentir, precisamos de tempo. Tempo para se preparar, observar, perceber, nomear, entender.
Nos meus trabalhos eu acabo pegando emprestado trechos de histórias mitológicas para ilustrar o que estou querendo dizer. Quando falo de gentileza, tempo e preparo, logo me lembro dos heróis das histórias. Eles sempre se preparam antes de irem para suas batalhas e em todas as histórias, vão acompanhados de recursos, acompanhados dos deuses, acompanhados de ferramentas. O que isso quer dizer? Quero dizer que, você pode se reconectar com as coisas que mais fazem sentido para você sendo gentil e tomando um tempo para se perceber. E também quero dizer que você pode fazer isso acompanhado por alguém, que te inspire e te motive, como simbolicamente, alguns deuses faziam com seus heróis.
É isso.
Sentir é uma forma de aumentar a consciência e você pode fazer isso no seu tempo.
Existem técnicas, ferramentas e instrumentos que podem ajudar você nessa jornada de busca pelo sentido.
Espero que você tenha gostado do artigo, se ficou com dúvida deixe um comentário abaixo!
Grande abraço!
Até o próximo artigo!
Silvia Moraes
Especialista em Desenvolvimento Humano e Psicoterapia. Sou Psicóloga, Publicitária e Facilitadora de Meditação. O foco do meu trabalho é na ampliação da consciência para mudanças, transformações e melhoria dos relacionamentos.
Charles Chaplin
Todos os direitos reservados | Criação e Projeto - Produtora TAG12