Embora a maternidade tenha sido historicamente vista como um destino quase inevitável para as mulheres, as mudanças sociais, econômicas e culturais das últimas décadas abriram espaço para uma nova perspectiva sobre o tema.
A relação da sociedade com a maternidade e a infância mudou drasticamente ao longo dos séculos. Segundo Elisabeth Badinter em seu livro “Um amor conquistado: o mito do amor materno” (1980), e Philippe Ariès em “História Social da Criança e da Família” (1981), até o século XVIII, crianças não eram vistas com o mesmo afeto e cuidado que temos hoje. Naquela época, os recém-nascidos muitas vezes eram entregues a amas de leite, e as mães raramente participavam diretamente dos cuidados infantis. A mortalidade infantil era alta, e os laços afetivos entre mães e filhos não tinham a mesma relevância emocional e social que possuem atualmente.
Não havia a percepção de que a infância exigia uma atenção especial. As crianças eram vistas como uma responsabilidade extra, algo que podia interferir nos papéis sociais e econômicos das mulheres. Como resultado, a perda de uma criança não gerava a comoção que observamos hoje.
Com o passar do tempo, principalmente a partir do século XVIII, o Estado começou a ver a importância de investir nas crianças como futuros trabalhadores e cidadãos. A partir desse momento, intelectuais passaram a defender a ideia de que as mães deveriam cuidar e amamentar seus próprios filhos, promovendo um modelo de família mais próximo e afetivo.
A maternidade, então, passou a ser mais valorizada socialmente, com um forte apelo para que as mulheres assumissem o papel de cuidadoras principais. Esse processo foi essencial para a construção do que hoje chamamos de "amor materno", que, como Badinter argumenta, não é uma característica inata, mas sim algo moldado por normas culturais e sociais.
Nos dias de hoje, a ideia de maternidade passou por uma transformação significativa. Com a luta pelos direitos das mulheres e o fortalecimento do movimento feminista, o debate sobre a escolha de não ser mãe ganhou espaço. Não querer ter filhos é uma decisão legítima e pessoal, mas, ainda assim, muitas mulheres enfrentam julgamentos. Elas são acusadas de egoísmo ou de não gostarem de crianças, demonstrando como a sociedade ainda tende a idealizar a maternidade como um destino natural e obrigatório.
Ao mesmo tempo, mulheres que escolhem ser mães também enfrentam desafios. A pressão para atender expectativas sociais sobre a “mãe ideal”, combinada com questões como a violência obstétrica e a falta de suporte adequado, tornam essa fase de vida um período de intensas cobranças e, muitas vezes, sofrimento.
Tornar-se mãe, seja por meio da gestação ou da adoção, é uma experiência transformadora. Durante esse processo, surgem reflexões sobre a própria infância, expectativas em torno da maternidade, e medos sobre o futuro. É comum que essas questões despertem sentimentos ambivalentes e que as mães busquem apoio para lidar com as mudanças físicas, emocionais e psicológicas.
Buscar ajuda, seja através de familiares, amigos ou profissionais, pode ser essencial para viver a maternidade de forma mais saudável e plena.
Este ebook é um guia acolhedor para mulheres que estão refletindo sobre a maternidade. Oferece um espaço seguro para explorar emoções, dúvidas e medos, sem impor respostas. Com relatos pessoais, informações e exercícios práticos, ele ajuda cada leitora a se reconectar com seus sentimentos e a tomar uma decisão consciente e autêntica sobre seu próprio caminho.
Com reflexões e experiências pessoais, o e-book é um guia para quem deseja explorar todas as dimensões desse importante momento de vida,
de forma consciente e respeitosa com suas próprias escolhas.
Charles Chaplin
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